ARREPENDIMENTO

Fonte: <https://www.pexels.com>

Vocês assistem reality shows? Há quem ame, há quem odeie, mas creio que em algum momento, mesmo que seja enquanto trocava de canal, vocês já viram a eliminação de algum participante, momento no qual sempre fazem aquela perguntinha: “você se arrepende de algo?”. A resposta geralmente é: “Não!”, afinal “eu fui verdadeira”, “fiz o que tive vontade”, “tudo que fiz foi de coração”, e etcetera e tal... porém, eu lhe pergunto: será que ninguém erra quando age conforme suas vontades e se deixa levar pelas emoções?

Numa sociedade na qual as opiniões estão cada vez mais inflexíveis e a dúvida é sinônimo de insegurança, o arrependimento muitas vezes é entendido como uma espécie de humilhação. Por isso, é realmente difícil alguém se sentir a vontade para admitir um erro cometido ou sua parcela de culpa em determinado problema. Mas, e se você realmente tem culpa? Não é mais ridículo insistir no erro por pura vaidade?

Quando confrontados com o próprio erro, alguns têm a cara de pau de negar até a morte. Outros se fazem de desentendidos, tentando fugir da situação. Há também quem aponte mil e uma justificativas, afinal, parece que o mundo conspira contra eles. E, dependendo do flagra, há quem não diga sequer uma palavra. De uma forma ou de outra, é bastante incomum alguém assumir prontamente a falha cometida.

Sei que o arrependimento não é uma atitude fácil. É necessário reflexão, autocrítica, uma boa dose de racionalidade e, geralmente, requer tempo para esfriar os ânimos. Afinal, nossas piores mancadas são cometidas, justamente, nos momentos de emoções a flor da pele. Porém, se não houver arrependimento, o pedido de desculpas perde todo o sentido, não adianta prometer mudar, e, aos poucos, a insensibilidade vai nos tornando totalmente alheios aos danos que causamos uns aos outros.

Não estou aqui fazendo sermão pra ninguém, pois antes de compartilhar estas reflexões com vocês, eu as apliquei a mim mesma. Ninguém é perfeito e todos temos do que nos arrepender. Mas, se você, assim como eu, se sente mal por algum erro cometido, não tenha vergonha de demonstrar seu arrependimento. Há poucas coisas tão nobres e transformadoras do que a decisão de não voltar a cometer o mesmo erro.